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20 julho 2007

Travessia

Uma travessia do deserto demora o seu tempo. É muito difícil, as pessoas ficam doidas com o calor, começam a ter visões, e as questões sobre a vida aparecem a todos os instantes, criando interrogações que num ambiente normal nunca surgiriam.

Já todos nós tivemos travessias no deserto relacional; é normal. E, as vezes é benéfico atravessarmos. Prepara-nos para "mais a frente", obriga-nos a re-pensar o nosso esquema e dá-nos algo muito poderoso: o poder de aceitar que uma travessia, é isso mesmo, uma travessia!

As travessias no deserto não surgem numa idade tenra, quando estamos a moldar o nosso feitio e carácter, somos obrigados a errar para aprender, as travessias surgem quando já sabemos o que queremos e, não o conseguimos encontrar, ou não aparecem.

No caso das mulheres, as travessias são muito mais dolorosas. Não porque elas sejam mais fracas, mas porque elas tem tendência a buscar aquilo que é difícil de encontrar. Começam a imaginar que vão ficar sozinhas para sempre, que não vai aparecer aquele que a faz sentir diferente e, quando dão por ela, estão perdidas no meio do deserto sem saber para onde ir.
Arranjar um homem é como o periodo, quanto mais pensares que ele não aparece, mais ele demora a aparecer.

Nos homens as travessias demoram o tempo que eles quiserem que demore, porque chegar ao outro lado não é objectivo, se ele a meio encontrar duas árvores e um ribeiro ele monta a sua tenda ali, se depois esgotar a fonte, ele lá avança mais um bocadinho e assim sucessivamente!

O melhor que existe numa travessia, é que não importa o vento na cara, a areia na boca o sol na cabeça, importa é que depois disso tudo, existe um banho de água quente e uma mesa cheia de fruta fresca!

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