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11 janeiro 2007

Perder...

Independentemente do objectivo da competição, perder é sempre fudido... Quando se perde nem o ditado, "perder ou ganhar é desporto", funciona para o nosso coinsciente. Fica sempre aquela sensação que poderiamos ter feito melhor... Fica aquele coinsciente negativo que não teremos outra chance, que somos um fracaço, que não demos luta, por aí...

Como Seria Se Eu o Perdesse?

Precisamos de tentar chegar ao ponto de ver o que possuímos exactamente com os mesmos olhos com que veríamos tal posse se ela nos fosse arrancada. Quer se trate de uma propriedade, de saúde, de amigos, de amantes, de esposa e de filhos, em geral percebemos o seu valor apenas depois da perda. Se chegarmos a isso, em primeiro lugar a posse irá trazer-nos imediatamente mais felicidade; em segundo lugar, tentaremos de todas as maneiras evitar a perda, não expondo a nossa propriedade a nenhum perigo, não irritando os amigos, não pondo à prova a fidelidade das companheiras, namoradas, esposas, cuidando da saúde das crianças etc.
Ao olharmos para tudo o que não possuímos, costumamos pensar: "Como seria se fosse meu?", e dessa maneira tornamo-nos conscientes da privação. Em vez disso, diante do que possuímos, deveríamos pensar frequentemente: "Como seria se eu o perdesse?"

Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"

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