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21 agosto 2006

O coleccionador

Durante anos foi um coleccionador de mulheres, nunca deixou de as desejar. Diziam dele que era um enganador, que lhes mentia, seduzia e as abandonava. Era inveja de todos os que não conseguiam ser como ele e das que ainda não tinham tido a sorte de serem postas à prova por este D. Juan.

Não era um enganador, todas sabiam bem com o que não deveriam esperar deste homem, mas preferiam tantas vezes iludir-se com a ideia que poderiam mudar a sua essência. Os enganos eram fruto dos sonhos delas e não das mentiras dele.

Haveria uma preferida na vida dele? Uns diziam que sim, outros diriam que talvez, mas ninguém ousava a nomear essa eleita. Se existisse, ele duvidava que tivesse vantagem sobre as outras, por ter sido escolhida. Teria de o repartir com a colecção dele, apesar de ter garantido o regresso dele.

A preferida existia, a tal que ele amava! Ele tinha-a escolhido porque estava cansado de ser coleccionador de mulheres, queria fixar-se com ela. Mas ele escolheu a mulher mais impossível que existia, escolheu uma mulher que simplesmente queria coleccionar homens e não desejava um homem em particular. Ironia do destino.

Amantes

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