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31 agosto 2006

Cuidado nas palavras...

O que torna uma pessoa assexuada, infeliz e feia é a grosseria. Ainda mais sob o disfarce da sinceridade.

Comentar para uma mulher que está gorda é uma indelicadeza. Qual a finalidade? O que se ganha com isso? Respeito? Duvido!!! Respeito não surge do desrespeito.

Não é possível encontrar confiança ao rebaixar o outro. Amizade não tem desnível.

Ou acha que ela não sofre e não sabe? Ela não vai emagrecer com a ofensa. Ninguém muda com a ofensa, só se percebe quem são os verdadeiros amigos.

Que benefício trará ao afirmar que ela inspira piedade? Que não se comporta em festas? Que fode mal?

Quem se julga no direito de dar opinião não conhece o dever de calar. A franqueza é confundida com dizer o que se quer, na hora que bem entender. Não se seleciona as palavras com tato. Fala-se do jeito que sai. Arrumar a casa não é destruí-la. Destruir a casa é apagar a possibilidade de morar nela.

Não é qualquer um que consegue conduzir verdades. A verdade não é sinônimo da descortesia. Alguns acreditam que estão fazendo um favor expondo verdades, mas apenas mostram a impossibilidade de se comunicar. Atacam pela incompetência ao diálogo. Não suportam conversar, são vaidosos para escutar o contraponto. Vaidosos para perguntar. Antecipam-se como formadores e deformam. Alegam que não podem se reprimir e reprimem. Alegam que não podem se censurar e censuram.

Não há como morder e depois culpar os dentes. Ou, arrependido, atenuar-se na brincadeira.

A liberdade crítica não contraria a educação. Se não sabemos deixar de dizer por amor não saberemos amar sem dizer. E o amor prevê o consentimento do silêncio. Proteger-se da gentileza do silêncio. Não estaremos escondendo nada, mas escolhendo. Escolher é cuidar.
Palavras não doem; o que dói é o desprezo com elas. Fala-se pela importância de falar, ao invés de falar pela importância de ser ouvido.

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