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15 maio 2006

Redacção sobre sexo

A professora mandou os alunos fazer uma composição sobre o tema «sexo». No dia seguinte, cada aluno leu a sua composição. A da Joana era acerca de métodos contraceptivos, a do To falava da masturbação, a Joaquina escreveu sobre rituais sexuais antigos, etc.
Chegou a vez do Luisinho:
— Então, Luisinho fez a composição que eu mandei?
— Sim, senhora professora.
— Vá, lê lá então.
E o Luisinho começou a ler alto:
"Era uma vez, no velho oeste, há muitos, muitos anos. No relógio da igreja batiam as 19h. Nuvens de poeira arrastavam-se pela cidade semi-deserta. O Sol ofuscava o horizonte, e tingia as nuvens de tons de sangue.
De súbito, no horizonte, recortou-se a silhueta de um cavaleiro.
Lentamente, foi-se aproximando da cidade...
Ao chegar à entrada, desmontou. O silêncio pesado foi perturbado pelo tilintar das esporas.
O cavaleiro chamava-se Clandestino. Vestia todo de preto, à excepção do lenço vermelho que trazia ao pescoço e da fivela de prata que prendia os dois revólveres à cintura.
O cavalo, companheiro de muitas andanças, dirigiu-se hesitante para uma poça de água.
PUM! PUM! PUM!
O cheiro a pólvora provinha do revólver que já tinha voltado para o coldre do Clandestino.
Clandestino não gostava de cavalos desobedientes!
Clandestino dirigiu-se para o bar.
Quando estava a subir os três degraus, um mendigo que até ali dormia, tocou na perna de Clandestino e pediu uma esmola...
PUM! PUM! PUM!
Clandestino não gostava que lhe tocassem!
Entrou no bar. Foi até ao balcão, e pediu uma cerveja.
O barman serviu-lhe a cerveja. Clandestino provou...
PUM! PUM! PUM!
Clandestino não gostava de cervejas mornas!
As outras pessoas olharam todas surpreendidas...
PUM! PUM! PUM!
Clandestino não gostava de ser o centro das atenções!
Saiu do bar. Deslocou-se até ao outro lado da cidade para comprar um cavalo. Comprou o cavalo e, quando pagou, o senhor enganou-se no troco...
PUM! PUM! PUM!
Clandestino não gostava que se enganassem no troco!
Saiu da cidade. Mais uma vez, a sua silhueta recortou-se no horizonte, desta vez com o Sol já quase recolhido.
O silêncio era pesado.
FIM"

O Luisinho calou-se. A turma estava petrificada!
A professora chocada pergunta:
— Mas... mas... Luisinho... o que esta composição tem a ver com sexo?
Luisinho, com as mãos nos bolsos, esclarece:
— O Clandestino era fodido...

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