Há putas para todos os formatos,
Há uma puta para cada serventia,
Há putas caras, putas sem sapatos
E eu, que sou a puta da poesia.
Faço comércio de emoções baratas
Em versos bem rimados e escondidos,
Abro meu sexo em rimas não cognatas,
Quadris por decassílabos movidos,
Ponho por preço aprovação abstracta,
Aplaudam!, mesmo quando imerecido.
Há putas prenhas, putas menstruadas,
Putas casadas fazem sexo com o marido,
Algumas castas, outras afectadas:
Eu sou a puta do meu coração ferido.
Patrícia Clemente - Há putas para todos os formatos
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